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Novas vontades e novos horizontes

Um documento datado de 9 de Junho de 1838 emitido pelo Ministério do Reino abrigou à formação de uma nova Câmara.Esta, segundo António Cabrita “foi a primeira que começou a fazer melhoramentos de certa importância, na Villa, mandando arranjar estradas, calcetar ruas, abrir caminhos, etc. “Estes trabalhos foram enriquecidos por novos projectos desenvolvidos pela Câmara que tomou posse no ano seguinte (pois a eleição para este orgão tinha uma periodicidade anual). Além de outras novidades, foi estabelecido um código de posturas que constava de 43 artigos e que incidia fundamentalmente sobre sobre atividades comerciais dentro do conselho. De não menor importância, foi a chegada do serviço de vacinação à população, pelo que os pais foram informados da obrigatoriedade de vacinar os seus filhos. No mesmo mandato há ainda a referir a entrega das minas de antimónio do Ribeiro da Igreja e de Vale de Achas a uma empresa do Porto, que passou a garantir a exploração dequele minério e o desenvolvimento das técnicas da mesma.

Em 1840 foi criada uma equipa médica para assistência aos pobres do conselho, ao mesmo tempo que se criou a primeira aula régia para a qual se nomeou o professor José Rodrigo Coelho. Para a ordem dos médicos foram nomeados aos Drs. José da Fonseca e Silva, Manuel de Sousa Dias Vale e Manuel Alves de Araújo, “ o primeiro dos quais tomou o seu cargo aos doentes pobres de Valongo, o segundo, dos de S.Lourenço de Asmes e Alfena e o terceiro os de Sobrado e S.Marinho do Campo (Campo)”. (A.Cabrita)

A atração que Valongo exercia sobre os comerciantes e compradores era já de tal forma nesse tempo, que se tornou imperativa a criação deu um local fixo de troca. Deste modo, em 28 de Abril deste mesmo ano estabeleceu-se a feira na Praça da Senhora da Luz, que muito veio contribuir para o engradecimento de Valongo e para a afirmação da sua vocação orientada essencialmente para o comércio.

Três anos depois, o executivo eleito demonstra a intenção de construir um edifício para a Câmara, através do aproveitamento dos impostos que já não eram aplicados nas estradas da Vila.Para desenvolver a política dei mpostos em vigor, foi criada, uma Comissão Municipal coistituída por António José de Oliveira e Silva, António Alves do Vale, José Marques de Oliveira, Manuel Jorge e António Ferreira Pires Amorim. Em resultado deste acontecimento estabeleceu-se um código de posturas de um real em quartilho de vinho, um rela em arrátel de carne, um real em qurtilho de azeite, dois reais em querilho de aguardente, sessente reis em outros deversos artigos ou géneros entrados ou vendidos. Este novo código permitiu ao executivo camarário o melhoramento das condições de vida em geral dos valonguenses, ao mesmo tempo que definui novas politicas de intervenção política.



A 11 de Julho de 1867, o Governo expediu uma Portaria do Ministério do Reino que emitia a vontade de proceder a uma nova divisão administrativa no país. Perante este procedimento, a Câmara de Valongo, na posse dos seus direitos, julgou de justiça, “ não somente que este conselho fosse respeitado pela nova circunscrição, mas além disso, aumentado e elevado a sede de comarca, ficando a pertencer o conselho, além das cinco por que já era composto( S.Miguel de Gandra, que seria a sexta, passou, em 18 de Outubro de 1847 a pertencer de novo a Paredes), mais as seguintes freguesias : Vandoma, Astromil, Gandra ( de novo), Lordelo, Rebordosa, Baltar, Parada Thodea, Recarei, Sobreira e Aguiar de Sousa, do conselho de Paredes : Agrela e S.Julião de Água Longa, do de Santo Tirso : Folgosa e S.Pedro Fins(Sanfins), do da Maia : Fânzeres, S.Pedro da Cova, Covelo, Medas e Melres, do de Gondomar. Todas estas freguesias viviam e viveram, quease todas, muito mais perto desta villa, do que da sede do conselho a que pertencem e, como tinham fáceis meios de comunicação com Valongo, parecia de boa justiça que a este viessem pertencer.”(António Cabrita)

Todavia, Valongo não tinha representantes de grande influência no Governo e, pelo contrário, o conselho foi extinto. Para este facto, crê-se, foram decisivas as acções do deputado de Paredes, o conselheiro José Guilherme Pacheco, conhecido como “ Rei de Paredes” e o de Gondomar, Dr.Delfim, natural de Rio Tinto, que nesse tempo gozavam de grandes poderes junto do Governo. Em virtude daquela extinção, os seus conselheiros viram-se aumentra. Resultou daqui que Paredes anexou as freguesiasde S.Martinho do Campo e Sobrado, enquanto que o “disparatado” conselho de Rio Tinto, “que durou apenas oito dias”, ficou com as freguesias de Valongo, Alfena e Asmes ( Ermesinde). Alterações como estas verificaram-se um pouco por todo o país, dando origem a uma indignação generalizada por parte dos populares. Como consequência, aconteceu uma revolução, conhecida popularmente por “Janeirinha”, na qual as gentes de Valongo mostraram a sua valentia e amor à Pátria.

Entretanto, o governo expedia uma portaria para proceder à eleição de novos deputados. Foi então que Valongo se uniu numa só força para ir, por meio de sufrágio livre, mostrar à Nação e aos que governavam qual era a sua vontade. Essas eleições realizaram-se em Rio Tinto e a elas concerreram todos os habitantes de Rio Tinto do sexo masulino, não somente os que eram vontantes, mas todos os outros, que foram engradecer uma espontânea manifestação, das mais entusiastas que se viram.

Dominava-os a todos o desejo da justiça para com a sua terra injustamente desperezada e, animados desta força, fizeram vencer Valongo; o governo, não obtendo maioria parlamentar, viu-se na necessidade de pedir demissão, sucedendo-lhe outor que anulou inteiramente tudo o que o anterior tinha feito”.

Reestabelecido o estatudo de Coselho, Valongo continuou a desenvolver-se grandemente, agora com o orgulho recuperado e com certeza da formação de uma identidade mais sólida e, por cosequência, mais virada para o futuro e para o progreso que este lhe poderia trazer. As contrariedades ao desenvolvimento pareicam cessar e, agora, havia que construir Valongo na certeza de contribuir para o engradecimento do País.

A Vila de Valongo contava agora com cerca de 700 fogos- tantos quantos possuía todo o conselho no início do mesmo século- e encontrava no comércio de trigo e farinhas, e também na indústria, tanto de panificação como de moagens, as suas maiores riquezas. Valongo, mercê desenvolvimento tornava-se conhecida tanto nas terras vizinhas como nas longínquas, espalhando mesmo esta fala além das fronteiras. A intensa dinâmica económica fornecia ao conselho as estruturas necessárias para a sua auto-suficiência. Embora este aspeto seja contestável nos dias de hoje- visto que sm interdependência e complementariedade económica com outros pontos de produção é impossível estabelecer um desenvolvimento sustentável-, a verdade é que as necessidades económicas e sociais de base eram suprimidas com base num modelo de “autarceia” ( do grego autosubsistência) que, procurando ser o objetivo de qualquer organismo de administração local- daí o nome “autarquia”-, resultava dum equilíbrio estável entre produção e consumo.

Disse-se que o desenvolvimento sustentável não advinha apenas do equilíbrio entra a capacidade produtiva do conselho e as suas necessidade de consumo, mas, e sobretudom da aplicação que tal crescimento permitia fazer no âmbito social. De facto, mitas foram as estruturas que permitiram à população de Valongo aceder a um patamar de desenvolvimento que constituía a meta de qualquer conselho, ao tento, em Portugal. Diga-se, em abono de verdade, que atingir este nível de desenvolvimento muito dependeu de determinadas individualidades que elegeram Valongo como um destino das suas vontades de bem-fazer. A dotação da Vila com um edifício escolar principal, deve-se a uma destas individualidades, que deixou a sua marca não só neste conselho, mas em todos aqueless que faziam parte do Distrito do Porto por disposiçaõ testamentária. Conde Ferreira foi esse benfeitor. Em consequência do documento referido, em 1868, o comentador José Alves Saldanha, natural de Valongo, entregou à Câmara Municipal a quantia de 300$000, destinados à compra do terreno para aí construir o edifício.

Pela mesma época, começava-se a fazer o estudo da estrada da Valsa, para pôr esta villa em comunicação com o conselho de Paços de Ferreira e daí com Santo Tirso, Caldas de Vizela, Guimarães e Fafe; foi aberta uma mina na Rua Velha, para abastecer de águas o chafariz da Praça e, em 1872 entrou para Presidente da Câmara o então grande proprietário, João Rodrigues Alves, que trouxe a esta terra um novo período de prosperidade e progressos. Um dos seus primeiros actos, foi a compra da casa do município (até aí alugada) e que custou 3.400$000 réis, o que provocou manifestação de grande regozijo em toda a villa. Esta compra foi efectuada e, 1874.” (António Cabrita)

Um grande momento na história de Valongo foi a visita do Rei D.Luiz com a Rainha D.Maria Pia, que ocorreu pouco depois daquele acontecimento.Escusado seria dizer que o nome da Vila saiu engradecido e que este acontecimento passaria a figurar na memória colectiva do povo valonguense ocmo um ponto alto, para o que contribuíram os grandes festejos que então tiveram lugar. “Durante muito tempo, falou-se ainda com grande admiração dos gigantescos e belos arcos que foram feitos em muitos lugares de passagem do cortejo e que deram ao feteijos um esplendor admirável.”

Mas um novo acontecimento veio alterar para sempre a vida de Valongo, assim como das Villas próximas que serviam de passagem aos forasteiros que provinham do interior norte do País- foi ele a inauguração da linha férrea do Douro entre Ermesinde e Penafiel. Pensou-se, a princípio, que esta obra obra viria descaracterizar a vida das populações que aqui residiam, assim como comprometer o desenvolvimento económico que era já o mote desde há longas décadas a esta parte. Até aí, por Valongo passavam todas as mercadorias e passageiros provenientes do Alto Douro e de Trás-os-Montes com destino ao Porto, seguindo a estrada real n.º 33 que, “dessa cidade, ai a Penafiel, Régua, Chaves, Bragança e até a Espanha; assim , todos os dias uma multidão imensa de povo atravessava esta terra, gente de todas as condições e estados, desde almocreves com os seus animais, estaferas, carroças, liteiras e malas postais , que descansavam, comiam, compravam, vendiam, construindo assim, aqui, um centor comercial de grande importância. De tal maneira que diziam então as gentes de Valongo : à beira da estrada, vendendo iscas de dez reis e meios quartilhos de vinho, pode-se arranjar bem a vida.” De facto assim era. O caminho de ferro veio, se não acabar, pelo menos diminuir a intensa azáfama comercial que aqui existia antes do seu aprarecimento. Naquele tempo, Valongo funcionava como o primeiro ponto de descanso para os viajantes que saíam do Porto rumo ao interio, onde se refrescavam e aproveitavam para comprar a famos “fegueifa”, ainda hoje representante da arte de cozer o pão de Valongo, por sinal muito antiga.

Felizmente, Valongo possuía alternativas económicas. Após o rude golpe naquele quetidiano, a população local viu serem aumentado os investimentos e vontades nas imensas riquezas naturais que possuía, onde se destacava, largamente, a riqueza dos seus solos, fosse à superfície ( pela grande ferilidade que estes sempre tiveram), fosse nas profundezas, pela sua imensa riqueza mineral.

Dando provas de uma grande adaptação às adversidade, os valonguenses mais uma vez demonstraram que aquilo que parecer ter apenas consequeências negativas, esocnde, quando enfrentado, verdadeiros motores de desenvolvimento. De facto a chegada do comboio à Valongo trouxe, ao invés de um retrocesso económico, unúmeras oportunidades. Das mais salientes devem-se frisar a capacidade de resposta de um povo unido pela vontade de vencer e o aproveitamento do progresso para aumentar as influências desta terra por esse país fora, agora não através do transporte de tracção animal, mas sim do uotro que permitia aumentar a quantidade de produtos e pessoas a transportar, aumentando também a velocidade do crescimento económico e do desenvolvimento social.

Mas, parece que a sina deste povo era o sofrimento. Muitas vezes a sua vontade de vencer tinha sido posta à prova do passado, mas eis que surgem novos contratempos.

A 7 de Novembro de 1876, uma tremenda inundação traria novos desafios ao carácter dos valonguenses.

Apesar deste cataclismo, mais uma vez a população de Valongo demonstrou a sua bravura e log ose recompôs do sucedido. Parecia memso que os desastres por que tinha passado tinham servido para acalentar mais a esperança e para enfortalecer mais a vontade férrea deste povo em fazer elevar o espírito que os unia.

Fruto desta força, Valongo continuou a ser dirigido no encalço do progresso. Os trabalhos de reconstrução foram sendo feitos na medida das possibilidades do povo e da Câmara. Fez-se a remoção da Capela da Nossa Senhora das Neves, foram retirados da Praça D. Luís I uns quintais que obstruíam a entrada para a rua da Ferraria e Cruzinhas, calcetaram-se ruas, arranjam-se fontes e instalaram-se redes de abastecimento público de água. Foram igualmente arranjadas e embelezadas as ruas da Portela e Portelinha e construídas as estadas de Sobrado e Alfena.

A culminar esta época de franco desenvolvimento estrutural, foi inaugurada, a rede pública de iluminação, que viria conceder uma nova dimensão ao desenvolvimento geral de Valongo, assim como à afirmação da Vila como uma das mai modernas do país.

O século XIX chegava ao fim repreto de razões de contentamento para a população valonguense, ao mesmo tempo que concedia esperanças para o novo século que aí vinha.

O século XX representou para Valongo, como para todo o país, aquele em que se verificaram is crescimentos mais acelerados tanto em termos económicos como em termos de desenvolvimento secial e humano.


Conclusão


Bibliografia


Date: 2015-12-18; view: 888


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