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Valongo durante as invasões francesas

Mykhaylo Chystov

Línguas Aplicadas

Cultura Portuguesa Contemporânea

Ano letivo 2015/2016

Docente : Pedro Clementino Vilas Boas Tavares

Iacute;ndice


Introdução

A origem dos povoados que integram o conselho de Valongo tem de procurar-se no passado remoto e explicar-se pelo sistema administrativo romano e muçulmano,acrescidos ainda no quaro eclisiástico cristão.Torna-se difícil, à falta de um estudo de base, determinar com exatidão quando se teriam formado esses povoados.Ao tempo, porém, da invasão dos árabes, é já possível referir a existência da freguesia de S.Martinho de Campo, de cuja dependência eclisiástica vivia Valongo.Em 1062, já existia a freguesia de Valongo, cujo padroado foi dado às freiras do mosteiro de S.Bento de Rio Tinto.Cerca de 1141, fez D.Afonso Henriques couto das terras de Valongo ao mesmo mosteiro, tendo mais tarde D.Afonso IV confirmado o couto.Em meados do século XIII, D.Afonso III procedeu a inquirições no reino no sentido de estabelecer uma relação das propriedades foreiras à coroa,constatando desse documento uma declaração os reguengos da freguesia de Valongo. Aos 15 de Dezembro de 1519, de Évora, D.Manuel I, dá foral às terras da Maia ordenando que o seu senhor procedesse a uma nova relação dos direitos reais que competiam ao conselho pagar.Nesse documento faz-se direta referência a Valongo, ordenando-se que “os moradores ham de pagar antre todos de pam meado noventa e seis alqueires, vinte e dous frangaãos e de ouos duzentos e vinte e dous capoões e com elles vinte ouos”.

Pelos finais do século XVI , eram já Valongo um povoado de vida intensa e laboriosa com na na agricultura.Dado o surto de cultivo do milho que se intensificou nos séculos XVII e XVIII é de crer que as terras de Valongo, propícia para exportação agrícola, tivessem de igual forma acompanhado o desenvolvimento do país economico e demograficamente. A sua população, estimada em 583 habitantes em 1620 e em cerca de 1746 em meado do século XVIII, soube aproveitar de forma vantajosa e equilibrada as potencialidades naturais da região. Os almocreves que constituiam uma grande parte da população contribuiam para a atividade comercial para ao desenvolvimento da freguesia, ao mesmo tempo que se estimulavam as industrias de moagem e panificação, as quais viriam a ser fonte da riqueza para as suas gentes num futuro próximo.

 


Valongo durante as invasões francesas

Entre 1807 e 1808,as tropas espanholas coligadas com os invasores franceses ocuparam a cidade do porto com a força de 10.000 soldados.O seu comandante general Taranco soube moderar os seus soldados e chegou mesmo a criar um razoável relacionamento com portuenses.



Mesmo assim, o Porto preocupava-se para se ver livre dos invasores até porque eram crescentes os vexames designadamente os roubos nas igrejas do Porto e porque entretanto o 2º Regimento do Porto havia sido sujeito às mais ignominiosas vergonha e afronta nas Caldas da Rainha.Quando em Julho de 1909, os espanhóis que entretanto haviam quebrado a aliança militar com Bonaparte se preparavam para retirar do Porto, o marechal Ballertá que comandava as forças espanholas, prendeu os franceses e declarou solenemente aos portuenses: “Quando entrei neste reino,livre os achei, e agora retirando-me, livres os quero deixar”.

Mas a liberdade ía tardar.As forças portuguesas que entretanto se haviam conluiado com os invasores,provocaram o ódio e generalizada revolta popular.A má vontade alastrou a todo o norte e quando no ano seguinte o marchal Soult invadiu o Norte de Portugal para desabar toda a sua fúria bélica sobre a cidade do Porto, apesar de toda a anarquia vigente, a cidade preparou-se para uma defesa até à morte … as resistências não aguentaram e foi o desastre quase total e não só em Ponte das Bascas.

Soult pretendeu segurar a linha de acesso entre Amarante e o Porto, para o que enviou uma divisão para Valongo, comandada por Mermet com artilharia pesada.

“Foi então que Valongo sentiu verdadeiramente os efeitos horrorosos desta guerra invasora e inimiga feita por soldados desmoralizado e de fé perdida (…) e foi tal que se apossou do povo, que grande parte dos habitantes, escondendo os seus tesouros e haveres, fugiu para lugares escondidos e distantes”.

A Matriz de Valongo foi transformada em cavalariça e arsenal militar e os soldados franceses instalaram-se como quiseram em casa dos moradores da freguesia.

Uns tantos, ocuparam uma casa e obrigaram um tal “Catulão” , que aprisionaram a ser criado para tudo. Diz-se que era um “comilão” de tal monta que os franceses para se divertirem, obrigavam-no uma vez, a comer por todos eles … o que ele fez com gosto e proveito.

Nalguns casos o povo aproveitou-se a calada da noite para massacrar os ivasores, mas no final muitas casas ficaram arruinadas. Da igreja paroquial desapareceram as alfaias mas ricas. E até promessas grandes foram feitas forma feitas para que Valongo se libertasse dos franceses, como a que, em 1810 fez um tal João Monteiro Maia que prometeu construir à sua conta a Capela de Nossa Senhora da Restauração.

Retirados os franceses, os tempos não melhoraram.A administração a economia e a vida normal foi afetada profundamente. Uma crise económica séria, motivada principalmente pela presença inglesa em Portugal afetou toda a região.E os maus tempos voltaram com as lutas entre libeirais e miguelistas.

Curiosidade…

Durante as Invasões Francesas era em Valongo que se fazia o pão que se comia no Porto. O general francês que comandava o exército inimigo, um homem chamado Molet, era grande apreciador desse pão. Todos os dias, ao pequeno-almoço, não dispensava o saboroso pão. Em Valongo, os padeiros já sabiam que todos os dias o pão linha que estar pronto à mesma hora e quando colocavam as cestas nas carroças que iam para o Porto diziam:

-Lá vai o pão para o Molete! (Como não sabiam falar francês, era assim que o chamavam.)

A partir daí, os pãezinhos pequeninos de Valongo começaram a chamar-se "moletes"!



Date: 2015-12-18; view: 869


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